Uma das melhores formas de começar a semana é lendo um punhado de boas notícias, não é? Não se trata de se anestesiar ou fugir da realidade, pelo contrário, é importante lembrar que no mundo também existem coisas (e pessoas) boas acontecendo, e são essas que nos motivam a seguir em frente em busca da mudança para dias (ainda) melhores para todo mundo.
Um reservatório de sementes vivo está preservando as incríveis plantas da Amazônia
O banco de sementes vivas, no Peru, possui 130 hectares e já protege cerca de 400 espécies de árvores e plantas nativas, com propriedades muitas vezes incríveis e pouco conhecidas pela ciência.
Um banco está multando credores que não estão lidando com as mudanças climáticas
O Banco Central Europeu está planejando impor multas inéditas a vários credores por não lidarem com o impacto das mudanças climáticas. O BCE alertou que os credores não estão fazendo o suficiente para se preparar para as consequências de choques climáticos.
Mudanças nos métodos de transporte em Paris reduziram a poluição do ar em 40%
Paris fechou mais de 100 ruas para veículos motorizados, triplicou as taxas de estacionamento para SUVs, removeu cerca de 50 mil vagas de estacionamento e construiu mais de 1.300 quilômetros de ciclovias.
Pela primeira vez, mais de 30% da eletricidade mundial provém de energias renováveis.
De acordo com o relatório do thinktank climático Ember, as energias renováveis cresceram de 19% da eletricidade em 2000 para mais de 30% da eletricidade global no ano passado. A energia solar , em particular, está acelerando mais rápido do que se pensava ser possível.
As redes sociais permitem que todo tipo de grupo se forme, e embora existam muitos pontos positivos nisso, sem dúvida, um grande ponto negativo é a formação de bolhas e o acirramento das polarizações. Se eu posso me juntar a um grupo que é igual a mim em tudo, porque eu estaria aberto à diversidade? Esta é uma tendência preocupante, mas que está em ascensão.
A ascensão do estilo de vida conservador tem se popularizado entre os mais jovens, disseminada sobretudo no TikTok. Na rede, a #TradWife (de traditional wife, ou espora tradicional) mostra diversas moças jovens que fazem conteúdo sobre seu estilo de vida tradicional, inspirado na estética dos anos 30, 40 e 50. Mas esses conteúdos vão muito além da estética, e também pregam valores antigos, como a ideia de que a mulher casada precisa viver dentro de casa.
O jornalista Aquiles Marchel observa que esse comportamento que poderia ser visto apenas como uma tendência estética, na verdade também está diretamente ligada ao recrudescimento da extrema-direita, que já tem ganhado força total na Europa.
Como aponta a CNN, as últimas eleições na Europa mostraram uma expressiva porcentagem de jovens orientados à extrema-direita, o que poderia ser visto como incomum, já que ouvimos por tantos anos o discurso de que a geração Z é mais orientada à diversidade e à quebra do status quo. Então, o que tem levado tantos jovens a desejarem uma volta a valores conservadores?
Cientistas políticos apontam que as diversas crises atuais podem despertar nos mais jovens uma certa “nostalgia do que não viveram”, fazendo-os acreditar que o autoritarismo pode ser a solução. Na falta de uma memória pessoal da vida sob um regime autoritário ou da luta para alcançar a democracia, os jovens estão menos apaixonados pela democracia do que as gerações anteriores que viveram ditaduras na pele. Soma-se a isso uma resposta “natural” após a onda de discurso progressista que tomou as redes sociais nos últimos anos, como aponta o jornalista Gabriel Fusari.
As dualidades de narrativa sempre existiram, e agora, esse embate acontece online. É preciso estarmos mais atentos às referências estéticas e de mundo que disseminamos e ajudamos a construir online - afinal, o online hoje não está mais apartado da vida “real”.
A leitura é um exercício que vale a pena ser praticado, mesmo que esteja se tornando mais difícil. Por isso, separei uma lista com sugestões baseadas nas últimas leituras que me conquistaram para te estimular por aí também 🫰🏼
Anatomia da História - Como criar histórias da qual as pessoas se lembrarão para sempre? Nesse livro, o consultor de roteiros John Truby ensina como construir uma narrativa eficaz, profunda e multifacetada. Vale a pena não apenas para quem escreve, mas para todo mundo que quer aprender a se comunicar e contar histórias melhores.
Sem drama: Um guia para gerir relacionamentos familiares pouco saudáveis - Para algumas pessoas, a família de origem é um alicerce. Para outras, é motivo de traumas. Nesse livro, a terapeuta Nedra Tawwab apresenta um guia para interromper o ciclo e seguir uma vida mais saudável.
O elogio ao ócio - Bertrand Russell compartilha com os leitores sua visão de mundo perspicaz ao abordar não apenas as virtudes do ócio, mas também muitos outros temas de grande relevância filosófica e política para os tempos atuais, do fascismo até a educação e o bem-estar da alma.
Uma história (muito) curta da vida na Terra - Passando pelos 4,6 bilhões de anos da vida na Terra, o editor da revista Nature, Henry Gee, responde às perguntas de onde viemos e para onde vamos.
30 anos do Real - Composto por textos escritos no calor dos acontecimentos ao longo dos 30 anos do real, o livro tenta refletir sobre fatos da economia e da sociedade brasileiras, e sobre os desafios que enfrentamos hoje e teremos que enfrentar nos próximos trinta anos.
Não é novidade que, historicamente, as mulheres são mais valorizadas pela própria aparência física, enquanto nos homens, a sociedade tende a exaltar e valorizar outros valores, como a ética e integridade. Mas qual o impacto que isso tem na formação comportamental de meninas, crianças e adolescentes?
Uma pesquisa da Pew Research revelou que crianças de apenas três anos de idade já percebem essa diferença, e meninas de três anos já se mostram mais preocupadas com a própria aparência física em comparação aos meninos.
Como apontou o estudo, elas também tinham cinco vezes mais probabilidade do que os meninos de dizer que gostavam de um personagem por causa de sua aparência: por exemplo, elas gostavam da Rapunzel por causa de seus cabelos longos e sapatos. Os meninos eram mais propensos a dizer que preferiam personagens com base naquilo que eles faziam: por exemplo, gostavam do Homem-Aranha porque ele dispara teias.
Um outro relatório recente da Common Sense Media sobre gênero na mídia infantil observou que "a televisão e os vídeos direcionados a bebês e crianças pequenas estão repletos de estereótipos de gênero". Personagens masculinos são retratados como líderes fortes, emocionalmente contidos e que assumem riscos (que também podem ser engraçados), enquanto as mulheres são meigas, virtuosas, recatadas e preocupadas principalmente com sua aparência física (e muito mais propensas a serem mostradas chorando), diz o relatório.
Por isso, o estudo da Pew Research sugere que, mesmo nos casos em que os pais incentivam um comportamento de gênero mais igualitário com as crianças, isso pode não ser suficiente para compensar todas essas influências externas, sejam da mídia (em desenhos e filmes), do marketing presente em brinquedos infantis, ou da própria socialização - o que mostra que a mudança precisa ser sistêmica. Me conta sua opinião? Quero muito saber.