Você também sente que o futuro do Black Mirror está mais próximo?
De fato, pensar em futuro e presente tem sido uma montanha-russa. E amanhã, eu vou estar junto com o Caio Braz participando de uma imersão aberta sobre O Presente das Profissões.
Se você quer reprensar o seu trabalho e/ou a forma de comunicá-lo nessa era, venha participar! Vai ser online e gratuito - é só se inscrever aqui!
Pensando nessa distopia que nos lembra de Black Mirror, se olharmos para os últimos lançamentos de produtos baseados em IA, parece que ela está virando verdade sim.
Na semana passada, a empresa coreana Hyodol lançou uma boneca para adultos habilitada para Chat GPT, que custa US$ 1.800,00 e foi criada para funcionar como um amigo digital interativo para pessoas solitárias ou em instituições de cuidados de longo prazo.
Graças ao modelo de linguagem colocado dentro da boneca, o Hyodol pode supostamente manter conversas com seus donos, além de fornecer lembretes de saúde, como quando tomar remédios ou fazer uma refeição.
Esse assunto é um bálsamo para a epidemia de solidão , que afetou a todos, desde idosos em lares de idosos até estudantes universitários. O mercado de robôs sociais adoráveis é especialmente ativo em países como o Japão. Empresas como Lovot e Qoobo (“uma almofada com cauda que aquece seu coração”) criaram bots companheiros fofinhos e adoráveis em voga. Falei sobre isso aqui.
Como aponta a Wired, esses dispositivos também foram utilizados em países ocidentais, mas há muito menos aceitação cultural para eles. Mas a tendência atual das empresas é colocar IA generativa em tudo, em todos os lugares. Embora a nossa ficção científica esteja repleta de seres de IA que deram terrivelmente errado, a realidade avança para a introdução deles na realidade, de todas as formas possíveis - de bichinho de pelúcia até figuras humanóides ou que abraçam o lado robô.
E assim, a atmosfera em torno dos robôs assistivos tem se tornado menos hostil recentemente, já que eles têm sido utilizados em muitos casos de uso positivos - por exemplo, companheiros robóticos estão trazendo alegria às pessoas com demência. E aí, será que dá para ver cenários menos distópicos com a introdução dessas tecnologias?
O Oscar de 2024 aconteceu nesse final de semana, e tivemos muitos premiados para prestar atenção. O filme Oppenheimer foi o maior vencedor, com 7 estatuetas. A história da vida do cientista Robert Oppenheimer, que desenvolveu a bomba atômica, foi inspirada no livro American Prometheus, escrito por Kai Bird.
Para quem curte adaptações de livros nos cinemas, vale conferir também o filme American Fiction, vencedor do Oscar de melhor roteiro adaptado, junto com o livro que deu origem à história, Erasure.
Outro filme inspirado em um livro é o ‘Sociedade da Neve’, inspirado no livro de mesmo nome, que conta a história real do avião uruguaio que caiu nos Andes em 1972, deixando 16 sobreviventes. O filme está na Netflix - e essa lista aqui mostra onde assistir todos os indicados aos Oscar desse ano.
Embora o Oscar já tenha recebido duras críticas nos últimos anos por ser uma premiação um tanto quanto descolada da realidade, parece que esse cenário tem mudado. Esse ano, alguns dos premiados subiram ao palco e aproveitaram para falar sobre as atuais guerras mundiais.
Jonathan Glazer, diretor de "Zona de interesse", aproveitou o agradecimento pelo Oscar de melhor filme internacional para fazer um paralelo entre sua produção sobre o Holocausto na Segunda Guerra e as mortes em Gaza no último anos. Já o diretor ucraniano do documentário vencedor da noite, "20 dias em Mariupol", também usou seu discurso para falar sobre a guerra contra a Rússia.
Por falar em filmes, uma rede social focada em cinema está chamando atenção das pessoas que estão cansadas da falta de autonomia sobre o conteúdo que veem em alguma das outras redes.
O Letteboxd é uma rede social focada na discussão e descoberta de filmes, que se define como um diário para compartilhar com os amigos os filmes que tem visto e suas opiniões sobre eles.
O crescimento do interesse nessas redes focadas no compartilhamento de gostos em comum reforça a tendência de que o futuro das mídias sociais será focado nos interesses pessoais, como aponta a Forbes.
Essa é uma estratégia que já existe na mídia impressa e em blogs. Já existem revistas e sites dedicados a todos os tipos de interesse, mas não vemos (até agora) essa lógica se replicar tanto nas redes sociais.
A aposta dos especialistas é que conforme a possibilidade de interagir online com grupos de interesse cresça, isso afastará os utilizadores de passarem tempo em sites de redes sociais em geral, aumentando o tempo em sites de redes sociais direcionados para os seus interesses e comunidades com interesses semelhantes.
Pode ser estranho imaginar o fim da rede social como conhecemos, mas na verdade, esses novos modelos abrem margem para interações mais significativas online - o que pode significar uma publicidade mais significativa também. O que você acha?