Olá, se essa é a sua primeira vez por aqui, vou explicar: eu sou André Carvalhal e a cada 15 dias (mais ou menos hehe) eu compartilho nesta newsletter algumas das minhas pesquisas e referências sobre comportamento, tecnologia, sustentabilidade, produção cultural (e outras coisinhas) para entendermos e refletirmos sobre nossos tempos.
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Muito prazer e volte sempre :)
→ Provavelmente você não aguenta mais a palavra “tóxica”, não só porque ela está sempre relacionada - obviamente - a questões muito ruins, mas também porque ela virou um adjetivo para tudo o que é ruim.
Mas o ranço com a palavra não pode nos fazer deixar de refletir e ter um olhar mais crítico em relação a comportamentos que são banalizados - e até incentivados - como a positividade tóxica, que eu falei aqui na minha coluna na Revista Ela. E agora cada vez mais pessoas estão falando (que bom) sobre a espiritualidade tóxica.
→ Esse foi o tema do quarto episódio que participei no podcast “É nóia minha?”, da Camila Fremder, junto com a Ju, do perfil @espiritualidademercantil no Instagram. A gente falou muito dos limites entre “acreditar” e se deixar levar por práticas que nos tiram do controle de nossas vidas, e que muitas vezes são alienadas de questões sociais e ambientais. Já é um dos episódios mais compartilhados no Spotify e você pode ouvir aqui.
→ Falamos também sobre o conceito do “jovens místicos" que são criticados com uma lente de aumento em perfis como @avidadetina e @acabajovemmistico. Uma live do Raelolv explica a relação entre espiritualidade e consciência social e política - e como parte da esquerda acabou sendo rotulada dessa forma.
→ Ao mesmo tempo é importante salientar que tal alienação não é partidária, presente somente na chamada “esquerda cirandeira”. Fabiana Moraes fez um belo mapeamento do outro lado, com a direita cloroquiner vegana, o artista consciente e elitista, a deusa New Age olavista, o liberal anti-máscara e outros. Entenda aqui.
→ A Netflix acaba de lançar duas séries importantes também para nos aprofundarmos no assunto. Algo que temos visto bastante é a espiritualidade ser usada de forma nociva para interesses próprios. A produção argentina “El Reino” fala sobre falsos profetas na religião e na política que contribuem com o fracasso de um país. Já a brasileira “Cura e Crime”, mostra como o curandeiro João de Deus - além das denúncias de assédio - entrou para o crime e passou a atuar como um gângster na cidade. Em tempo: no dia seguinte à estreia da série (26) ele foi preso.
→ Na HBO “The White Lotus” é ambientada em um resort que foi erguido sobre um terreno roubado de nativos e recebe hóspedes ricos que passam os dias recebendo massagem, meditando, relaxando com drinques à beira da piscina e assistindo locais encenarem danças "típicas”.
Capitalismo, desigualdade, exploração do trabalho, apropriação cultural, “feminismo branco”, masculinidade tóxica e mais um monte de coisas tóxicas, são alguns dos temas abordados de forma brilhante e fora do comum. Eu adorei.
→ Vi na Margem Newsletter 3 matérias interessantes: O The Guardian fala sobre o perfil dos personagens, na Folha, Teté Ribeiro escreve sobre o enredo, "uma sátira social tragicômica e irresistível". E aqui, Mike White fala sobre as escolhas do último episódio. O final não agradou algumas pessoas, pois é bem parecido com o que acontece na vida real. Vale assistir e refletir.
→ Falando em tragicomédia, no Brasil, tem muita coisa rolando, que parece ficção mas é bem realidade, e anda fazendo mal a muita gente. O documentário “A Brasken passou aqui” mostra como a ação da empresa transformou parte de Maceió em “cidade “fantasma” com o que já pode ser considerado o maior crime socioambiental em curso no mundo, que condenou cinco bairros pelo afundamento do solo, tendo atingido quase 70.000 pessoas, 4.500 negócios e 30 mil empregos por conta da exploração de minas de sal-gema. O documentário está disponível no YouTube.
→ Os povos originários estão sofrendo tentativas de apagamento e apropriação cada vez mais intensas. Você ouviu falar sobre o Marco Temporal? Se não, clique aqui e entenda o tamanho do retrocesso que ele pode significar.
→ Na linha dos absurdos, o ministro da educação no dia 9 de agosto disse, para a TV Brasil, que a “universidade deveria, na verdade, ser para poucos, nesse sentido de ser útil à sociedade”. Além desse absurdo, o G1 compilou e explicou mais outras 5 falas polêmicas do ministro Milton Ribeiro. Leia aqui.
→ Ainda sobre educação, um professor foi demitido por exibir o clipe “Etérea”, do artista Criolo, para adolescentes do 9º ano, da Escola Municipal Pascoal Meller em Criciúma. O clipe homenageia artistas que lutam contra o preconceito foi chamado de pornografia e de “viadagem” pelo prefeito de Criciúma e por Eduardo Bolsonaro.
→ Não que tenha uma ligação com o último parágrafo, mas achei um texto interessante que fala sobre como a ditadura controlava a educação e as repercussões disso. Entenda aqui.
→ Marcas de skincare e maquiagem com ativos inovadores e preocupação socioambiental estão em ascensão no mercado Brasileiro. Uma das pioneiras é a Simple Organic, que foi destaque este mês na publicação Business Of Fashion, principal veículo de moda e beleza internacional. Veja a matéria completa clicando abaixo.
→ Ao olhar para os produtos e campanhas da marca é fácil perceber atributos como: beleza limpa, produto natural, orgânico, agênero, rico em vitaminas, hidratação profunda e produção de colágeno. Mas a marca vai além disso, com apoio à agricultura familiar, economia de água, produtos sem matéria-prima de crueldade animal, cadeia justa, certificações lixo zero e eureciclo, logística reversa e compensação de carbono.
→ Às vezes não dá para saber tudo, por isso, a Simple vai estar comigo aqui a partir de agora e eu vou contar para vocês algumas das iniciativas para gerar mais impacto positivo para as pessoas e para o planeta.
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#conteúdopatrocinado
→ Será que estamos próximos de criar organismos em laboratório? Cientistas conseguiram criar “mini-cérebros” que conseguiram desenvolver OLHOS!
→ OnlyFans bloqueou conteúdos pornográficos, mas depois voltou atrás. A antropóloga Carol Bonomi explicou pontos importantes nesse sentido e o motivo de não ser só uma questão “logística”. Veja a thread no Twitter abaixo.
→ E o Ali Prando fez também um post interessante sobre o tema.
→ O manifesto Protopia, desenvolvido pela futurista e designer Monika Bielskyte e parceiros, é um manifesto, plataforma e forma de pensar que fomenta a construção de um futuro inclusivo, decolonial e consciente.
→ Ainda sobre utopias e distopias, o que acontece quando a internet rouba seu rosto? A escritora Mónica Belevan e o diretor Charlie Curran exploram em Accursed Chare essas possibilidades nesse cyberuniverso que vivemos hoje.
→ O TikTok cada vez mais apresenta lados e facetas diferentes. Agora uma coisa que descobri foram os grupos e perfis sobre “Espaços Liminares”. Conhece?
→ A revista Gama fez um especial interessante sobre influenciadores e aqui fala sobre como ter um bom engajamento, na sua versão “Como atrair seguidores e influenciar pessoas”.
→ Como as marcas podem ser mais inclusivas e com sinceridade e profundidade. Li um texto na Medium bem interessante sobre o assunto.
→ Enquanto por aqui até pagaríamos para poder vacinar, em Nova York as empresas estão precisando de obrigar seus funcionários. O movimento é focado no retorno, ao menos parcial, do trabalho presencial.
→ O clima tem interferido no mercado do café. Diante dos impactos climáticos, o preço disparou e jogou luz sobre a luz antiga para evitar um mundo descafeinado. Entenda aqui.
→ Tá difícil chamar Uber né? A Veja São Paulo explicou o motivo e também o lado dos motoristas, que não estão em menor número mas recusando mais corridas.
→ A YAM, espaço de cursos e conteúdos voltados para a transformação fez uma lista com 5 livros para entender a crise climática. Fiquei feliz do meu livro “Como Salvar o futuro” ter sido citado como um deles e aproveito para contar que a livraria Martis Fontes está vendendo a edição dele assinada por mim, aqui no seu site. Onde também tem meus livros autografados é na Livraria da Travessa, nos espaços de Ipanema, no Rio e de Pinheiros, em São Paulo.
→ Entre os outros livros, os que já li e também recomendo são:
Sob um Céu Branco - Elizabeth Kolbert escreve uma reportagem sobre diversas ações e pesquisas científicas de biólogos, engenheiros e outros especialistas focados em salvar o planeta.
Nós somos o clima - Jonathan Foer conta várias histórias sobre a crise ambiental numa leitura gostosa, com boas referências e alarmante.
Gaia: Alerta final - James Lovelock mostra em seu livro que todas as previsões e hipóteses sobre as mudanças climáticas vieram mais rápido do que havíamos estimado. E estamos em perigo.
Além de apresentar histórias e projeções sobre a mudança climática, os livros oferecem diferentes maneiras de encarar as informações sobre a crise planetária que nos afeta de forma desigual e continua a se agravar.
→ O perfil @historiacabeluda, indicou 4 filmes para ajudar a compreender a situação não só do Afeganistão mas de toda a rede de conflitos imperialistas e seus interesses, dimensões e produções em diversas áreas da indústria de guerra estadunidense. Além dos filmes, vale seguir o perfil @des.orientese para mais indicações de materiais e conteúdos sobre o tema.
Novas masculinidades: Papo de Homem e Homem sem Tabu
Espiritualidade crítica: Julia Cazuny e Chloe Malkine
Contra terapias e coachs fuleiros com humor: Dicas AntiCoach
Saúde Mental: Saúde Mental Crítica e Saúde Mental da População Negra
Ciência e Pensamento Crítico: Gabriela Bailas
Pensamento além do umbigo: Clima Perestroika, História Cabeluda, TransComunista
Sexualidade e Redução de Danos: Senta
Contra a desinfluência: Desinfluencer
Filosofia Queer: Ali Prando
Ando Ouvindo: